sábado, 18 de dezembro de 2010

Quando Eu Crescer

"Mamãe, eu já sei o que eu quero ser quando eu crescer... Artista ou cozinheira!"
" É filha? Que tipo de artista?"
" Desenhista ou pintora, porque eu desenho muito bem né?"
"E por que cozinheira?
"Porque eu gosto de fazer comidinhas..." (na verdade ela adora ver e ajudar a fazer)

Daqui pra frente, toda vez que ela mudar de idéia, vou postar aqui. Vai ser engraçado mostrar daqui a alguns anos tudo que ela já disse que quer ser. Ou então constatar que ela sempre soube o que quis. Vai que ela vira mesmo pintora ou chef?


domingo, 21 de novembro de 2010

Para o Bom Velhinho

Carta para o Papai Noel traduzida pela mamãe...

"Querido papai noel, Eu lhe escrevi esta carta eu gosto muito de você. Você é que entrega presentes ou é mágica? Você existe? Ou você não existe? Se existe pegue esta carta e quando chegar no Polo Sul ou na sua casa pegue um lápis e me responda esta bom? Se você não existe não leve esta carta esta bem? É você que faz os presentes ou são seus ajudantes os duendes? E é você que vai em todas as casas do mundo para levar os presentes?"

Essa pegou a gente de jeito! Como responder uma carta dessas? Ainda estamos pensando... Na verdade acabei deixando escapar a verdade mas acho que ela não internalizou e ainda fala no bom velhinho como se ele realmente existisse, então acho que vamos deixar a fantasia rolar por mais um tempo...

Carta para Luana


Essa cartinha foi escrita para a Luana, queridíssima professora da antiga escola da Juju, de quem ela morre de saudades e por quem ainda morre de amores...

Cara para Luana (continuação)

"Oi Luana,
tudo bem com voces? eu estou com muitas saudades de voces eu queria ainda estar estudando ai. Mas a escola nova tem duas coisas muito legais que são aula de biblioteca e aula de arte são legais não são. E tem outras aulas voce sabia e são aula de educação fisica, musica e de ingles e tambem ela é muito legal."

domingo, 24 de outubro de 2010

A Primeira Formatura

Ontem Juju participou da formatura do primeiro ano da escola. Foi emocionante (de fazer as lágrimas rolarem!) ver os pequenos entrando enfileirados, cantando Trenzinho Caipira, de Villa Lobos, em direção ao palco. Todos vestiam branco e o efeito lá em cima era lindo!

A apresentação começou com o Hino Nacional e passou por músicas em português (como O Caderno, de Toquinho) e em inglês (Father and Son, de Cat Stevens, foi uma), cantadas com empolgação e afinação. Fofo demais! No final todas as crianças se sentaram e uma a uma, ao ter seu nome anunciado ao microfone, levantava-se para receber uma folha de papel em branco enrolada com fitinha vermelha que representava o diploma. Nessa hora papais e mamães babões pagavam aquele mico, sem se importar com nada nem com ninguem, soltando gritinhos de uhuuu! ao ouvir o nome dos filhotes. Também, não era pra menos. Como bem disse a diretora da escola, é o diploma mais importante da vida deles, porque sem esse não se consegue nenhum outro. Sendo assim... Uhuuuuu Juju!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Primeira Dormida na Casa da Amiga

No sábado Juju dormiu pela primeira vez na casa de uma amiga, grande, melhor amiga aliás. Foi ótimo, ela dormiu a noite inteira (ou melhor, disse que acordou mas dormiu de novo, sem precisar chamar ninguem), e ficou feliz da vida.

Já eu... Achei que teria uma noite tranquila. Doce ilusão! Acordava a toda hora, achando que o telefone ia tocar e que iam dizer que a Juju tinha acordado assustada e que era melhor irmos buscá-la. Que coisa de mãe paranóica!

Mas tudo bem, já me perdooei. Acho que mereço um desconto, por ter sido a primeira vez. Da próxima também vou dormir a noite inteira. Será? A conferir.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Muito Prazer, Dona Saudade

Outro dia Juju estava se preparando para entrar no banho e, como faz muitas vezes, começou a cantar uma música da festa junina da antiga escolinha dela. De repente, no meio da música, a voz dela foi embargando, os olhos começaram a marejar e ela caiu em prantos. Fiquei surpresa e quis saber o porquê daquelas lágrimas tão intensas ao mesmo tempo em que abracei minha pequena. Ela continuou chorando e, quase sem conseguir falar, respondeu que era porque queria estar na antiga escolinha e queria ver a Luana, professora por quem ela era apaixonada.

Com o coração apertadinho, disse pra ela, "Pode chorar meu amor... É bom a gente chorar quando tá triste. Mas sabe qual é o nome disso que vc tá sentindo? É saudade..." Expliquei que ela tinha que sentir aquilo mesmo, porque gostava muito de todo mundo lá. Continuei abraçando ela por um tempo e o choro foi acalmando. Quando falei que ela podia visitar a escola e os amiguinhos quando quisesse, o rostinho dela foi serenando e ela logo voltou a sorrir e a tagarelar.

Então, na semana passada ela vira e fala "Mamãe, hoje eu senti uma coisa na escola..." Perguntei, "O que, minha filha?" E ela, "Eu senti saudade da minha antiga escolinha e da Luana. Aí eu chorei..." Achei aquilo o máximo! Primeiro quis saber se tinha acontecido alguma coisa que tinha chateado ela na escola. Como ela disse que não e também disse que gostava da escola, achei muito legal ela ter entendido aquele sentimento, ter se permitido sentir e ter expressado o que estava sentindo, mesmo que na frente de outras pessoas.

domingo, 5 de setembro de 2010

Juju e a Lua

Hoje fomos assistir à peça Joaquim e as Estrelas, que conta a história de um menino que, de tão apaixonado pelas estrelas, conversa com elas e sonha ser astronauta quando crescer. Por outro lado, chateadas com o fato de que poucas pessoas continuam a admirá-las, as estrelas decidem parar de brilhar. De tanta tristeza, Joaquim fica doente e as coisas só se resolvem quando ele consegue convencer todos a olhá-las novamente. Uma graça!

Juju é apaixonada pela lua. Desde muito pequena, quando olha pro céu e avista nosso lindo satélite ela exclama, "Olha a luuuuua!". E faz a gente olhar também. Na peça, os amigos de Joaquim dizem que os pais deles não olham as estrelas porque estão muito ocupados com outras coisas. É por aí mesmo, pelo menos comigo. Ainda bem que eu tenho a Juju pra me lembrar...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Padrão Julia

Quando Juju chegou em casa com o primeiro dever de casa sobre padrões geométricos, alguns meses atrás, me dei conta de que não me lembrava que era esse o nome que se dava à repetição ou repetições de uma sequência de formas geométricas. Mas isso nem vem ao caso, é só pra deixar registrado mesmo. O fato é que o tema se repetiu algumas outras vezes, depois vieram outros e nunca mais tocamos no assunto... Até hoje.

Cheguei em casa com um shampoo diferente do que ela usa normalmente. Ela logo bateu o olho, como sempre faz quando trazemos qualquer coisa da rua, e disse, "Esse é diferente né mamãe?" Aí falei, "É! Esse é Granado." Ela então virou e mandou, "Então você pode fazer um padrão!" E eu, "Como é que é filha? Como assim?" E ela, com um tom como o de quem não acredita que você não sabe a resposta, finalizou, "Ué, você compra uma vez Johnsons outra vez Granado, uma vez Johnsons outra vez Granado..." Dá pra acreditar? Vou ter que dormir com essa hoje. A verdade é que a cada dia me surpreendo mais...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mudando de Escola

Foram 3 anos de muita alegria na antiga escolinha... Foi lá, ainda nos primeiros meses de escola, que Juju deixou de usar fralda durante o dia, antes mesmo de completar dois anos. Foi lá que começou a ler e a escrever, que fez grandes amizades e que sentiu pela primeira vez a sensação de ver partir uma grande amiga (algumas na verdade, que ou mudaram de escola ou de cidade). Lá ela conviveu com professoras maravilhosas e aprendeu a valorizar profissão tão linda e ao mesmo tempo tão desvalorizada, tanto que hoje ela diz que é o que quer ser quando crescer. E não dá pra deixar de citar a Direção e a Coordenação tão competentes e cuidadosas, bem como os porteiros, as ajudantes, a nutricionista, todos sempre tão carinhosos.

Mas a nossa pequena cresceu... E hoje foi o primeiro dia de aula na nova escola. Juju já tinha feito uma mini adaptação de 3 dias no final do semestre passado e tinha sido super bem recebida pela professora e pelos amiguinhos, então estava empolgadíssima com a novidade. No caminho pra lá, falou sem parar, ansiosa por chegar. Fui com ela até a sala do primeiro ano pra falar com a professora, que ainda não conhecia. Achava que ela poderia estranhar um pouco... Que nada! Mal me despedi e a pequena já foi andando lá pra frente da sala, procurando uma cadeira pra se sentar.

Voltou pra casa ainda falando sem parar e foi logo fazer o dever de casa. Resumo do dia: Alegria total! Pra nós, uma nova fase que se inicia...





domingo, 11 de julho de 2010

Juju e a Música

Enquanto escrevo e Juju brinca com o Papai, nosso fundo musical é Emoções, de Roberto Carlos. Além das músicas do Rei e daquelas que toda criança gosta (cantigas de roda, Sítio, Adriana Partimpim e outras), Juju gosta de ouvir: Marisa Monte, Maria Gadú, Lenine, Caetano Veloso e outros cantores do gênero, além de alguns sambinhas que ouço no rádio do carro... Eu adoro! É claro que influencio bastante nas escolhas dela, não ouvindo certos sons em casa ou no carro, mas daqui a pouco ela vai descobrir outros ritmos e artistas. Como gosto não se discute, vou fazendo a minha parte enquanto há tempo, apresentando a ela o que eu gosto de ouvir e o que considero boa música. Pelo que senti até agora, acho que ela vai pelo mesmo caminho. Por enquanto ela não gosta muito de cantores estrangeiros porque não entende as letras, mas agora que está aprendendo inglês acho que vai começar a gostar. Vamos ver... Mais pra frente eu conto.

Julia e os primos

Ontem, Juju e os priminhos se reuniram pela primeira vez! Foi no Parque Lage, e só faltou um pra completar a turma dos primos... Fazia tempo que ela não se reunia com o Dindo e a Dinda no mesmo lugar. Pena que, com a Dinda morando em Sampa, não dá pra acontecer com muita frequência. Fazer o quê? O jeito é curtir muito quando acontece. Foi um encontro rápido, mas especial. Juju correndo e dançando, o primo enfeitiçado por um violão e a prima apreciando obras de arte com 4 meses de vida... Fico pensando como vai ser quando eles estiverem maiores. Como vão ser as brincadeiras? Os papos? A convivência? Mas não tenho pressa nenhuma! Quanto mais devagar o tempo passar, melhor.

domingo, 13 de junho de 2010

A Primeira Vez num Restaurante Japonês

Essa quem vai escrever (mamãe vai ditar e revisar) é a Juju...

Depois da apresentação do ballet,mamãe,tia dani,vovó e vovô fomos a um restaurante japonês que fica ali pertinho. Foi a primeira vez que fui a um restaurante japonês. Adorei comer com palitinhos! A moça amarrou um elástico neles pra ficar mais fácil. Escolhi frango a milanesa com arroz colorido e adorei! E ainda teve sorvete de sobremesa!

Comentários da mamãe...

Nada mais japonês do que frango a milanesa com arroz colorido (que ela quase não comeu) e sorvete, hahaha! Quem sabe da próxima vez ela não experimenta um sashimizinho...

O Ballet da Juju

Quinta-feira foi dia de uma mini apresentação no ballet da Juju. Como as aulas acontecem a portas fechadas, uma vez por ano elas se abrem para que cada uma possa exibir (e se exibir, como gostam de se exibir!) à família e aos amigos tudo aquilo que aprendeu.

A apresentação tem a mesma duração de uma aula normal e a professora conduz as meninas o tempo inteiro. A diferença é que tudo foi previamente ensaiado e elas já sabem o que fazer. O resultado é uma aula linda, com cara de apresentação de fim de ano. E papai, mamãe, tia, avô, avó e babá achando aquilo tudo a coisa mais maravilhosa do mundo...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os Jogos da Juju

Quando um filho começa a ganhar da gente em jogos que fizeram parte da nossa vida há uns 30 anos (!) atrás a gente se dá conta de que eles entraram, definitivamente, numa nova fase. Nos primeiros anos da Juju, as bonecas reinavam absolutas. Ela ainda tem um exagero de Barbies e Pollys e ainda brinca muito com todas. Só que de uns meses pra cá elas começaram a perder espaço pra Monopoly, Detetive (Clue), Imagem & Ação (todos na versão Junior, pra crianças dos 5 aos 8 anos mais ou menos), Cara a Cara e Lince, só pra citar os jogos mais conhecidos. Eu, que nem quando era criança ligava muito pra boneca, e o papai, que é chegado a um desfio, adoramos e ainda aproveitamos pra reviver os velhos e bons tempos!

sábado, 22 de maio de 2010

Festa no Cinema

No dia 16 de maio, Juju comemorou seus aniversário com uma festa no cinema, com direito a sessão fechada de Alvin e os Esquilos 2, filme que ela já tinha assistido umas setecentas e cinquenta vezes em DVD mas que foi o escolhido, combos de pipoca e muita bagunça! O filme é realmente uma graça e foi hilário ver, ao final da exibição, quase todas as crianças dançando, cantando e pulando em frente à tela ao som dos esquilos e das esquiletes.

A organização deu um trabalho danado. Troquei uns 20 e-mails com a gerente de marketing do cinema até tudo ficar totalmente esclarecido e organizado. Além disso, eles oferecem apenas a estrutura e os combos de pipoca e refrigerante. Do resto (comidinhas, bebidas, bolo, docinhos, decoração...) tive que correr atrás. E lá fui eu, ligando pros fornecedores pra orçar, depois pra encomendar e depois de novo pra confirmar. Papai Marcelo ficou encarregado de buscar algumas das encomendas e Vovó Sally colaborou maravilhosamente, como sempre aliás, comprando pratinhos, copos, guardanapos, vela e todas aquelas outras coisinhas necessárias pra festa acontecer. Lá na hora, eu e a Titi ficamos no comando da organização enquanto todo mundo assistia ao filme...

Mas no final deu tudo certo, melhor do que o esperado até. Achei que antes da sessão começar e depois de acabar as crianças não teriam muito o que fazer e poderiam achar chato ficar ali meio à toa, mas quando vi a alegria delas, correndo de um lado pro outro e inventando mil brincadeiras, me toquei que, em se tratando de criança, é preciso fazer muito pouco pra agradar.

E a Juju, personagem mais importante dessa história, ficou feliz da vida! E como não ficar? Ela adora cinema e comemorou o aniversário num que era só dela, teve a companhia dos amigos queridos e ainda ganhou um monte de presentes... O que mais ela poderia querer? Agora é começar a pensar no aniversário do ano que vem!


domingo, 9 de maio de 2010

Carta da Vovó

Fomos comemorar o aniversario da Juju na casa da Vovó, que escreveu e entregou a seguinte cartinha pra ela: "Meu amor de 5 anos se chama Julia. Hoje ela veio na minha casa e cantou parabens. Eu adorei. Vem sempre aqui tá? Eu te amo. Vovo. 7 de maio de 2010".

Resposta da Juju: "Ta bon eu posso ir mas segunda-terca-cuarta-quinta-sesta eu tenho escola e tanben segunda-ê-cuarta eu tenho natasão e terca-e-quinta eu tenho ballet e na sesta eu não tenho nada e mais eu posso ir sim."

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lembranças...

Juju fez aniversário ontem. Passa rápido demais, mesmo. Pra falar a verdade, os primeiros 2 anos foram bem arrastados. Muito trabalho, pouca interação e pouco tempo pra respirar. Pelo menos pra mim foi assim. Depois tudo foi ficando mais fácil, ela cada dia mais carinhosa e companheira. E o amor foi crescendo a medida que a troca entre nós aumentava. E cresceu e ainda cresce tanto que hoje eu repito sempre pra ela "te amo tanto que nem sei quanto"...

Voltando aos 2 primeiros anos, confesso que achava muito chato dar banho, trocar fralda, acordar no meio da noite... Algumas mães já tinham me alertado pra isso durante a gravidez mas eu achava exagero e nem ligava. Assim como eu dizia que não ia querer babá. "Imagina, eu vou me virar sozinha, não deve ser tão difícil assim..." Hahaha! Doce ilusão... Julia nasceu, eu tinha que voltar pro batente e aquela pequena dava um trabalho danado. Não por ser agitada, bagunceira ou coisas do tipo. Pelo contrário, ela era muito tranquila, raramente estressava a gente. Era mais um trabalho braçal, mas por isso mesmo cansava bastante.

Aí nossa babá apareceu nas nossas vidas... Um anjo que caiu do céu! Carinhosa, educada, responsável e habilidosa. Tudo de bom. E sorte a nossa. Sei que muitas mães penam pra achar uma babá com todas essas qualidades, e algumas nem conseguem. E até nisso a gente deu sorte. Ela foi a primeira e eu sinceramente espero que seja a única. As duas se amam e eu torço pra que a ela fique com a gente mais muitos e muitos anos...

domingo, 2 de maio de 2010

Carta Para Sophia

A Sophia é uma amiga querida que foi morar fora. Segue a cartinha que a Juju escreveu pra ela recentemente. Entre parênteses estão as minhas traduções...

Oi Sofia eu to com muinta saudade de você vocês estão bem? Dinefef (Jennifer, a mãe da Sofia) esta tudo bem com a Sofia? Eu sei ce vocês venhão para ca em desenbro no ultimo meis para o Brasil Vocês moran mesmo na india? Eu sei ce (que) augen (alguem) me felou (falou)
Beijos, Julia, mamãe e papai

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Separação aos Olhos de Juju

Pérola de hoje: "o pai e a mãe da Maria não moram mais juntos né mamãe, eles são separados". Mesmo sabendo que essa é uma realidade cada vez mais comum e que por isso vem sendo abordada com maior naturalidade pelos pais, professores e pelas próprias crianças, nunca tínhamos tido a preocupação de conversar sobre o assunto com a Julia. Ainda assim, eu e ela continuamos o papo tranquilamente até que num certo momento ela fez um comentário (não me lembro qual) que me fez explicar que quem se separava até podia voltar a namorar se quisesse. Aí ela emendou, "mamãe, então quando você e o papai se separarem vocês podem voltar a namorar né?". Gargalhei e respondi "mas quem disse que a gente vai se separar filha, a gente não quer se separar não" E ela "Eu sei mamãe, mas se vocês se separarem..."

terça-feira, 27 de abril de 2010

A Minnie Morreu

Chegamos de viagem e eu fui ver a Minnie. Olhei aquela bolinha de pelos, deitadinha no meio da gaiola, toda esticadinha e durinha e percebi na mesma hora que ela estava morta. Aí vi que a comida e a água estavam praticamente intocadas e então pensei, "Pelo menos não foi por nossa culpa...". E me bateu uma tristeza enorme. Confesso que eu nunca tinha dado muita bola pra pobre da hamster, presente do dindo da Julia. Mas mesmo assim, me bateu uma tristeza enorme. Afinal de contas tinham sido dois anos e meio de convivência com a bichinha e o fato de saber que eu não ia mais vê-la me deixou com uma sensação esquisita.

Mas o mais difícil ainda estava por vir... Tínhamos que contar pra Julia. Sentamos ao lado dela no sofá e começamos, "Filha, a gente tem uma coisa pra te contar..." e aí emendamos na lata "a Minnie morreu". E ela soltou um "ahhhhhhhhhh, cadê ela, eu quero ver"

Viu, ficou triste, mas aparentemente levou na boa. Antes de dormir, quis até se despedir. Ela já tinha passado por uma situação de perda muito maior, com a morte da avó paterna. E já naquela época, quando a Julia ainda tinha 3 anos, nós nunca escondemos dela nem a doença da avó, nem a morte e nem a tristeza que sentimos quando ela se foi.

Aí na manhã seguinte, quando eu já saía pro trabalho ela disparou "Mamãe, eu tô mais triste do que vocês podem imaginar". Senti, senti mesmo, um aperto no coração. Dei meia volta, fui até ela, abracei e consolei a minha pequenina. Durante todo o dia, aquela frase não me saiu da cabeça. Fiquei imaginando que ela deveria estar sentindo uma tristeza enorme pra ter dito aquilo e ao mesmo tempo me impressionei com a construção da frase. Onde será que ela tinha ouvido aquilo? Será que ela realmente sabia o que era "uma tristeza maior do que vocês podem imaginar"?

Depois eu ainda disse "Pode ficar triste filha, não tem problema, é pra ficar triste mesmo, mas depois a gente só precisa lembrar do tempo que a Minnie era muito sapeca" e aí perguntei "mas por que você tá tão triste assim?" e ela "ué mamãe, porque eu era a mãe dela". Nossa, mais uma flechada no coração! E eu só fiquei pensando no tamanho da tristeza que ela devia estar sentindo.

Mas no final do dia, quando ela chegou da natação com um sorriso lindo no rosto, feliz e saltitante, a única frase que ela disse sobre o episódio foi "ahhh, queria que a Minnie tivesse aqui...". O que eu respondi, nem lembro mais. Só sei que logo depois ela foi brincar e não tocou mais no assunto. Ser criança tem lá suas vantagens. Ô, se tem.

Pra Guardar Pra Sempre

Desde que a Julia começou a falar eu dizia que precisava passar pro papel as frases e as perguntas que ela soltava de vez em quando. Muitas eram engraçadas, algumas incrivelmente bem elaboradas e outras tantas faziam a gente pensar muito antes de responder. Aí, a cada nova pérola eu repetia, "Tinha que anotar essa!" Mas o tempo foi passando e a idéia foi ficando de lado...

Até que ontem de manhã, quando eu já estava saíndo pra trabalhar ela disparou "mamãe, eu tô muito mais triste do que vocês podem imaginar". Aquelas palavras me pegaram de jeito. Ainda mais saindo da boca de um pingo de gente! Naquele momento eu pensei, essa eu não vou deixar passar!

Minha primeira idéia foi escrever num caderno qualquer ou num daqueles diários. Mas aí pensei que com o blog as pessoas da família e os amigos que não convivem diariamente conosco poderiam saber um pouco mais sobre o que ela anda fazendo e falando e eu ainda teria um registro das peripécias dela pra vida inteira. Além disso, escrever no papel é demorado, anti-ecológico e eu precisaria de muito espaço pra arquivar tudo que pretendo escrever e guardar. Por isso, aqui estou!

Juju, espero que você ria, chore, se divirta e se emocione com o que vem por aí. Te amo!